Entrevista

Tecgraf celebra 35 anos de história

Por: Giovanna De Luca

Tecgraf celebra 35 anos de história

Diretor do Instituto e um dos idealizadores do projeto, professor Marcelo Gattass relembra conquistas e traça objetivos para os próximos anos. (Foto: JP Araujo)

Há 35 anos, o Instituto Tecgraf de Desenvolvimento de Software Técnico-Científico da PUC-Rio (Tecgraf/PUC-Rio) protege pessoas e o meio ambiente por meio da inovação tecnológica. Localizado no Prédio Padre Laercio, no campus Gávea, o Instituto atua nas competências de Interatividade Digital, Modelagem e Simulação e Data Analytics, constrói a ponte entre a Universidade e o setor empresarial. É considerado como um modelo brasileiro de sucesso em PD&I autossustentável e caracterizado como Unidade EMBRAPII (Associação Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial). Os projetos são pautados para desenvolver soluções que ajudam o progresso de empresas-cliente, assim colabora com as unidades acadêmicas da PUC-Rio na formação de profissionais competentes e fortalece a parceria entre pesquisa acadêmica e a indústria. A trajetória do diretor do Instituto, professor Marcelo Gattass, se funde com a história do Tecgraf. Ele diz que, desde o início, o objetivo maior do projeto é possibilitar o sucesso de cada um que trabalha no Instituto. Atualmente, o Tecgraf conta com cerca de 400 colaboradores, entre eles, alunos e professores da PUC-Rio e profissionais externos. No dia 26 de maio, às 17h, o Reitor, padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J., vai fazer abençoar a equipe e o prédio na comemoração dos aniversário do Tecgraf.

De que forma o Instituto atua na comunidade PUC-Rio?
Marcelo Gattass:
A PUC é um projeto especial de transformação da sociedade brasileira com base no conhecimento, e o Instituto Tecgraf é a relação da Universidade com a sociedade empresarial que se alimenta da mão de obra universitária. É uma das formas de os alunos e professores interagirem com empresas e com projetos que tenham como base o conhecimento. As atividades são produzidas por alunos contratados que participam do projeto com bolsas de graduação, mestrado e doutorado – é um local de estágio e de desenvolvimento de ideias multidisciplinares. Estes estágios são em função do tipo de projeto, temos demandas para uma ou outra área. Atualmente, temos cerca de 30 a 40 projetos em andamento e 400 pessoas trabalhando, destes, ao menos 80 são alunos. Tradicionalmente, nós éramos ligados ao setor de petróleo e gás, e agora temos muitos projetos caminhando para as áreas de transição energética, imagem médica e direito, por exemplo.

Quais os maiores desafios da trajetória do Tecgraf?
Gattass:
Eu estava aqui quando o projeto foi idealizado e, acredite, ele não nasceu como o projeto que conhecemos hoje. Meu primeiro contrato com a PUC é de junho de 1975, são 40 e tantos anos de casa e 35 anos de Tecgraf. Este grupo está junto há 37 anos, demoramos dois anos para estabelecer o projeto até o primeiro grande contrato ser concebido pela Petrobras. Ao longo dos anos, tivemos fases com inúmeros desafios, iniciamos o projeto na época da Lei da Informática, mais tarde, tivemos um momento tenso quando acidentes na Petrobras eram cada vez mais recorrentes e tivemos que trabalhar para combatê-los. Pensando em desafios atuais, hoje estamos em uma sociedade de extrema transformação, e cabe ao Tecgraf auxiliar as pessoas, que enfrentam o esgotamento econômico e se encontraram neste novo mundo digital e de baixo carbono.

E as maiores conquistas dos últimos anos?
Gattass:
As principais conquistas são as pessoas, na verdade, a ascensão delas – tivemos uma aluna que hoje é vice-presidente mundial da Microsoft, motivo de muito orgulho. Mas, além disso, tivemos conquistas grandiosas que são fruto do nosso trabalho de prevenção, como por exemplo, impedir plataformas de afundar e controlar vazamentos. Publicações e a visibilidade internacional são bem satisfatórios, afinal são mais de 2 mil artigos publicados, fora o reconhecimento tanto institucional como político. Mas a maior conquista é mesmo ver as pessoas crescerem e as transformações sociais estimuladas pelo Tecgraf.

Quais os objetivos para os próximos anos?
Gattass:
O Tecgraf já está consolidado com os seus clientes e com os quadros vigentes, no momento estamos apoiando institutos extras dentro da própria PUC, como o setor de projeto 3D. Dessa forma, a gente consegue continuar colaborando com as unidades acadêmicas da PUC-Rio na formação de profissionais competentes, relevantes e conscientes da sociedade em que vivem e do impacto da tecnologia na vida das pessoas.