Entrevistas

Parceria cinematográfica inédita

Parceria cinematográfica inédita

Arturo Netto e Miguel Pereira

Fechado para obras de manutenção desde junho do ano passado, o Cinema Odeon, na Cinelândia, será reinaugurado na quarta-feira, 20, às 19h30, com o nome de Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro. Na reabertura do cinema, que vai contar com a presença do Reitor, padre Josafá Carlos de Siqueira, S.J., a PUC-Rio e o Grupo Severiano Ribeiro vão anunciar uma parceria e, em seguida, haverá a pré-estreia do filme O Vendedor de Passados, de Lula Buarque de Holanda. Os alunos da Universidade poderão aproveitar a iniciativa de muitas maneiras como, por exemplo, a promoção na compra de ingressos e sessões especiais de filmes. O Coordenador do curso de Cinema da PUC, professor Miguel Pereira, e o professor do Departamento de Comunicação Social Arturo Netto explicam os detalhes desta colaboração.

Como surgiu a ideia desta parceria?

Miguel Pereira: Foi consequência de uma parceria anterior que já existia entre o curso de Cinema da PUC e o Grupo Severiano Ribeiro. Nós tínhamos uma série de iniciativas conjuntas que começaram como um espaço para homenagear o cinema brasileiro. Prestamos homenagens ao Roberto Farias e ao Luiz Carlos Barreto com placas comemorativas nos cinemas Kinoplex Leblon e Roxy. Depois disso, houve um interesse mútuo entre o Grupo Severiano Ribeiro e a PUC, que culminou na Mostra PUC-Rio/Kinoplex de Cinema, um festival com filmes dos alunos do curso. Nesta relação entre as partes, surgiu, por um lado, a ideia de tornar o Odeon um espaço cultural, como homenagem aos 450 anos do Rio de Janeiro. E, por outro lado, como uma atuação do Grupo Severiano Ribeiro no campo da cultura cinematográfica, já que o grupo, em 2017, vai completar cem anos em cartaz.

Quais projetos e ações serão desenvolvidos com essa parceria?

Arturo Netto: Vamos ter, neste ano, no segundo semestre, a terceira Mostra PUC-Rio/Kinoplex, com o conteúdo produzido nas disciplinas de Projeto de Filme I e Filme II, que são cadeiras de produção de documentário e ficção. Além disso, há uma parceria que envolve os ingressos para alunos, professores e funcionários da PUC. A pessoa compra uma entrada, inteira ou meia, e o outro ingresso é de graça; basta apresentar a carteirinha da Universidade. Miguel: Além disso, nós temos espaço lá no Centro Cultural Severiano Ribeiro para promover aulas, seminários, mostras. Teremos também uma sessão especial mensal de filmes, programada e organizada por nós.

Quais outros benefícios os alunos da PUC terão no Centro Cultural Luiz Severiano Ribeiro?

Arturo: O Centro Cultural será um centro amplo com atividades de festivais, mostras e eventos, e a PUC está entrando com a possibilidade de formação de um conteúdo acadêmico dentro do espaço cultural. Sob o ponto de vista do conteúdo acadêmico, existem algumas ações que já abordamos aqui, como sessões especiais de filmes voltadas para as questões dos alunos da PUC. Nós estamos abertos também para fazer novos inputs. Na verdade, existe um interesse recíproco. O Cinema Odeon é uma referência histórica do cinema, é um templo, o que restou da Cinelândia. Sob este ponto de vista, os alunos têm uma relação afetiva com o Odeon como espaço cinematográfico. Tenho certeza de que os alunos vão achar extremamente importante ter seus filmes projetados no Odeon e também ter a oportunidade de debates e mesas para que se possa discutir cinema.

 Os filmes dos alunos vão ser exibidos para todo mundo ou será restrito a quem é da PUC?

Miguel: Para todo mundo. O espaço é aberto à sociedade do Rio de Janeiro e do Brasil. O espaço não é exclusivo da PUC e nem dos alunos da PUC. O Centro Cultural Severiano Ribeiro é aberto para a cidade do Rio de Janeiro. Na verdade, é importante que as pessoas participem das exibições, das iniciativas. Nós temos várias ideias em andamento. Existem duas principais para o segundo semestre. Uma ideia seria fazermos um seminário sobre as séries de televisão. Outra hipótese é fazermos um seminário sobre cinema e tolerância religiosa. Isso interessa a toda sociedade. A PUC tem várias ideias que podem ser concretizadas ao longo dessa parceria.

Como estes projetos serão divulgados para os alunos que não são de cinema?

Arturo: Pelos nossos canais de informação, todos os nossos informativos internos. Aliás, isso faz parte, também, da nossa parceira. Temos todo o interesse em divulgar as atividades do Centro Cultural, até porque nós todos como moradores e cidadãos do Rio entendemos a importância dessa reabertura, uma homenagem justa de um grupo brasileiro que está há quase cem anos em cartaz, em sua quarta geração e conseguiu preservar o espaço, ser uma referência histórica, preservando a atividade cinematográfica, mas que, na verdade, não é só cinematográfica: o espaço Odeon está aberto para outras instâncias, o que é importante para uma diversidade de atuações na área cultural.