Entrevistas

A presença de um Irmão Jesuíta no campus da PUC-Rio

Por: Luzi Alves

A presença de um Irmão Jesuíta no campus da PUC-Rio

Irmão Brune Gonçalves, S..J. Foto: Jorge Ferreira

Formado em História pela PUC-SP, Irmão Brune Gonçalves, S.J., é o novo Supervisor Administrativo da PUC-Rio. Ele terá a função de supervisionar as iniciativas de cuidado pastoral sob a responsabilidade da Reitoria, entre elas a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, o Centro Loyola de Fé e Cultura, a Pastoral Universitária e outros setores. Gonçalves marca o retorno da figura do Irmão Jesuíta à Universidade, algo muito importante para a instituição, uma vez que os Irmãos Jesuítas foram fundamentais para a construção de prédios do Campus e toda a parte material da PUC-Rio. Após muitos anos, Irmão Brune é o primeiro Irmão Jesuíta que volta a fazer parte do quadro da Universidade. Um resgate de uma tradição, que é a presença de Irmãos Jesuítas com atuação no campus. Irmão Brune Gonçalves possui pós-graduação em Juventudes pela Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia (FAJE).

Como o senhor se sentiu ao receber o convite para colaborar com a Reitoria da PUC-Rio?
Irmão Brune Gonçalves:
Foi muito emocionante. Eu já fazia algumas colaborações, mas não com a Reitoria da Universidade. Acredito que há uma confiança muito grande depositada, e que nós nos capacitamos junto a outras pessoas. Aquilo que não conhecemos, perguntamos, estudamos. Acho que isso torna as coisas mais agradáveis de serem feitas. Não é saber chegar pronto, preparado, mas dividir, somar, aprender com as pessoas que já estão na missão. É uma colaboração com a Igreja do Sagrado Coração de Jesus, da PUC-Rio, que inclui pessoas que trabalham na Pastoral Universitária e no Centro Loyola de Fé e Cultura. É um trabalho em conjunto. Desse modo, acho que isto também dá uma identidade, de missão de trabalho e de confiança com todos.

Como é representar o retorno da figura do Irmão Jesuíta para a PUC-Rio?
Irmão Brune:
É gratificante. No passado, vários Irmãos passaram aqui e fizeram tantas coisas. Há histórias de que os Irmãos construíram os pilotis da Universidade, a parte elétrica e hidráulica com outros homens. Conheço uma pessoa que trabalha na PUC há 50 anos e que foi contratada por um Irmão. É satisfatório escutar essas histórias de pessoas que, de fato, fizeram o bem. Acho que a vocação, no sentido de fazer, não é realizar grandes coisas, mas é fazer o pequeno, a diferença no cotidiano, naquilo que gostamos e desejamos exercer. Santo Inácio tem uma máxima que diz: não é muito saber que satisfaz, mas é aquilo que se coloca no fazer, aquilo que se coloca desejo de fazer, de ajudar. Acho que quando levamos isso em conta, as coisas fluem. Sempre a colaboração com as outras pessoas, nunca sozinho.

Qual a expectativa de participar da vivência de uma Universidade que é considerada uma das melhores do país?
Irmão Brune:
As expectativas são muito altas, porque percebemos a visibilidade da Universidade, o tamanho dela, as proporções. O que me anima é saber que é um local onde as pessoas gostam muito de estar, os alunos, os estagiários. Sentimos que há uma identificação. Nos sentimos recompensados, é uma gratidão enorme poder estar aqui. Ficamos com o coração muito alegre e desejoso de ajudar.

Atuar em um ambiente jovem, que privilegia a inovação, é motivador?
Irmão Brune:
O que mais me motiva mesmo é essa questão da juventude. Às vezes, poder ser descontraído, ser alegre, isto é muito bacana. Acho que a vida está na juventude e nos jovens que pensam diferente. Olhar para o passado, ver as coisas que já fez, mas pensar também que pode fazer diferente. Porque o mundo, hoje, pede respostas diferentes. Há muita coisa que podemos aprender. Vai ser muito assertivo estar onde os jovens estão, e eu confio muito nisso. Andamos por alguns lugares aqui e vemos jovens brilhantes, fazendo coisas muito boas, ver o Comunicar que é uma equipe tão jovem e tão desejosa. Isso me contagia.

Qual será a sua missão aqui na PUC-Rio?
Brune Gonçalves:
A minha missão é ser um supervisor que vai orientar alguns trabalhos e alguns processos dentro da Universidade. Por exemplo, acompanhar as equipes que estão subordinadas à Reitoria, ao Reitor, eu vou auxiliar na Pastoral Universitária, acompanhar um pouco dos trabalhos na parte administrativa, da Igreja, no Centro Loyola, e outras extensões da Universidade. Eu vou dar esse suporte administrativo, supervisionar e organizar alguns processos, realizar avaliações, tudo sobre orientação também da Reitoria. Eu estou aqui para servir.