Entrevista

Missão: atuar no tripé pesquisa, ensino e extensão

Por: Rafael Serfaty

Missão: atuar no tripé pesquisa, ensino e extensão

O professor Marcelo Motta, do Departamento de Arquitetura e Urbanismo, assumiu a direção do Núcleo Interdisciplinar de Meio Ambiente da PUC-Rio (NIMA). Motta herda o legado na área ambiental da Universidade construído pelo professor  Luiz Felipe Guanaes, que morreu em fevereiro deste ano. Motta é geógrafo, pesquisador na área de risco geomorfológico nos programas de pós-graduação de Arquitetura e Urbanismo e Geografia da PUC-Rio. 

Qual o sentimento de se tornar diretor do NIMA?

Marcelo Motta: Em primeiro lugar me surpreendi quando o padre Josafá me chamou para esta indicação, mas recebi com grande honra, recebi a indicação como um grande reconhecimento. Eu acompanhei a construção do NIMA, portanto uma trajetória muito próxima, entendendo as dinâmicas que o núcleo assumiu. Hoje me sinto desafiado com esta missão, diante da potência que o núcleo tem.

O meio ambiente é um assunto que está no centro das discussões mundiais. Como devemos entender o meio ambiente neste século XXI?

Marcelo: Devemos entender o meio ambiente como uma totalidade. O olhar deve ser integrado, a realidade não é fragmentada. Quando você olha pela janela e vê uma paisagem, você vê esta totalidade: ela é cheiro, som, vai além da visão e é um conjunto. O meio ambiente não é só a natureza, é uma construção em que há relações sociais que interagem com as diversas dimensões que compõem o ambiente. Eu entendo o meio ambiente como o próprio espaço geográfico. O espaço é uma produção social, e ele desenha o ambiente.

E diante dos desafios que o mundo enfrenta com relação ao meio ambiente, qual a missão do NIMA?

Marcelo: Temos uma missão enquanto unidade da Universidade de fortalecer a rede de pesquisadores, de enlaçar todas aquelas pesquisas e ações de extensão e projetos que tenham o cunho ambiental. Se o ambiente é uma totalidade é possível encontrar na PUC-Rio, com seu valor de excelência, as pesquisas e as ações ambientais, para atuar na missão da Universidade, que é o tripé de pesquisa, ensino e extensão nessa área de foco das questões ambientais que afligem a sociedade. O que não é ambiental? Em tudo que atuamos estamos transformando o espaço, o ambiente, das mais altas tecnologias às formas de pensar.

Quais as metas e os desafios que o NIMA deve atingir nos próximos anos?

Marcelo: A meta do NIMA é promover adaptações ao novo. Há tradições no NIMA, como a Educação Ambiental, a parte jurídica e a justiça ambiental, as questões climáticas, as discussões presentes no NIREMA (Núcleo Interdisciplinar de Reflexão e Memória Afrodescendente), que é muito próximo ao NIMA. Há ainda a Agenda Ambiental da PUC-Rio, que envolve todas as ações de exemplo para gestão da própria estrutura do campus, desde os resíduos com a reciclagem, energia, água, o nosso remanescente de Mata Atlântica, com o campus como um laboratório vivo para as ações ambientais. Estamos revendo toda a estrutura do NIMA e nos adequando a este novo momento de transição da Universidade e da sociedade.