Preparar a Universidade para as próximas gerações
Por: Giovanna De Luca
28 de agosto de 2022 as 06:30
Marcelo Gattass. Foto: JP Araujo
Diretor do Instituto Tecgraf e um dos idealizadores do projeto, professor Marcelo Gattass, assume a Vice-Reitoria de Desenvolvimento que acaba de ser rebatizada de Vice-Reitoria de Desenvolvimento e Inovação. O órgão executivo orienta, coordena e fiscaliza todas as atividades para o desenvolvimento da Universidade e agora, de acordo com o professor, a nova missão da Vice-Reitoria é transformar o ambiente em um local vibrante, no qual alunos e professores serão motivados para transformar a sociedade. Gattass agradece, principalmente, pela confiança do Reitor da PUC-Rio, Padre Anderson Antônio Pedroso S.J., e do professor Sergio Bruni que lançou as bases do projeto.
A sociedade mudou após a pandemia e a Universidade também. Quais os desafios de assumir a Vice-Reitoria de Desenvolvimento neste momento?
Marcelo Gattass: A pandemia de COVID-19 traçou mudanças significativas na sociedade e os processos de digitalização, trabalho e ensino remoto mostraram que a Universidade é muito mais do que um local de ensino. Aqui, tem cultura, ciência, outros expoentes do conhecimento, e, o mais importante, aqui, estão os futuros profissionais que vão conduzir e transformar a sociedade brasileira, tanto em liderança empresarial, quanto social. Acredito que o principal desafio é acordar a energia que foi apagada e transformar o ambiente como um todo. Todas as formas de se relacionar mudaram, o próprio valor do conhecimento sofreu alteração. Torna-se, portanto, necessário trazer a universidade para esse novo cenário. A própria sustentabilidade da PUC-Rio se baseia na interação social e na criação de conhecimento.
Quais as primeiras diretrizes que o senhor pretende implantar como Vice-Reitor de Desenvolvimento e Inovação?
Gattass: O mais importante nesse momento é construir o consenso da visão de onde queremos ir. Nós, da PUC-Rio, temos uma identidade que almeja cultura, conhecimento, tolerância de visões e valorização do ser humano. No caso da Vice-Reitoria de Desenvolvimento e Inovação, para além de tudo isso, precisamos promover riqueza. Veja bem, quando digo riqueza, não estou falando de fortunas e sim do valor que faz a manutenção e crescimento da Universidade. A missão principal da Vice-Reitoria de Desenvolvimento e Inovações é puxar a universidade e mexer na universidade. A Vice-Reitoria de Desenvolvimento sempre teve a missão de ajudar a ter um prédio melhor e sim, vou fazer isso tudo. O campus vai ser ainda mais maravilhoso, mas além disso, vamos transformar esse ambiente. Essa é a segunda casa dos alunos, e a nossa prioridade é trabalhar para repaginar o campus e torná-lo mais acolhedor, criar espaços de coworking e promover interação entre as pessoas.
De que forma a experiência à frente do Instituto TECGRAF pode acrescentar na sua nova missão? Como ficará a partir de agora o comando do projeto? O senhor vai acumular as duas funções?
Gattass: O Tecgraf foi um projeto piloto de uma Universidade visionária. Ele foi feito fora dos moldes tradicionais e foi extremamente bem-sucedido. Nestes próximos meses, vou me dedicar em criar o futuro da Vice-Reitoria e depois reposicionar o Tecgraf, que vai ter outro futuro. O novo objetivo é levar a tecnologia educacional para todo o Campus e domínios, assim como acontece no Tecgraf. Eu agi toda a vida com transições, sem rupturas, e por enquanto seguirei assim. Estamos todos trabalhando juntos, sem uma preocupação de núcleos e com uma meta em comum: construir uma nova rede, bem mais eficiente, empolgante, em um território fértil para dar crescimento a outras futuras redes.
Qual legado o senhor planeja deixar para a Universidade?
Gattass: Queremos dar mais oportunidade aos mais novos. Eu e minha geração estamos chegando aos 70, e passamos por muitos problemas dentro da PUC, porém, fomos nós que estruturamos a Universidade como ela é hoje. Apesar de estar chegando nosso tempo limite aqui, ainda fazemos muitas coisas e ocupamos muitos espaços. Portanto, preparo o ambiente para as próximas gerações – nem eu e nem minha turma vamos usufruir do que estamos construindo aqui, mas continuaremos erguendo. Agora, está na hora de abrirmos espaço para professores mais novos e promover ainda mais o crescimento dos nossos alunos. Está na hora de parar de olhar para o espaço que vamos ocupar e olhar para o espaço que vamos transmitir para os outros: recriando a Universidade para que surjam outras gerações empoderadas. A minha missão é servir à PUC.